quinta-feira, 18 de julho de 2013

Palavras






"É naquele instante em que se teria tanto para dizer. É nesse mesmo instante que as palavras falham. Ou talvez não seja a ausência das palavras corretas. Talvez e apenas a falta de coragem em proferi-las. Deixando que as palavras continuem ziguezagueando pelos meandros do pensamento como que ganhando vida própria, com toda uma vontade do que poderia dizer e não foi dito... 
E um dia, sem que nada o pudesse prever, o acumular de palavras não ditas resolve ganhar vida própria e explode como a corrente de um rio em fúria que leva galhos e ramos perdidos ou esquecidos pelas margens com o único intuito de ir ao encontro do seu mar.
Como essa fúria ganha vida. Com ela um sentimento de alívio, de poder, de bem estar... Sem ter a noção de que aguas turbulentas fazem alguns, graves, estragos por onde passam.
Mas é do caos que renascem grandes Impérios. É depois da tempestade que vem a bonança. É depois da desgraça que se dá valor ao que se tem, ao que se teve, ao que se poderia ter... 
Palavras ferem, mas as palavras sabem curar, acalmar, elucidar... Palavras não devem ser reprimidas. Por vezes devem ser repensadas ou contidas na sua força mas nunca caladas pois palavras suprimidas se transformam em correntes de rio que num dia de chuva em excesso transbordam e arrastam galhos e ramos esquecidos pela margem..."

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